A importância da inserção da mulher no futebol

“Quebrar o paradigma de que o futebol é um esporte para homem, porque qualquer pessoa pode jogar futebol”. Disse Constance, menina de 13 anos, jovem atleta da Next Academy, que foi direta ao responder qual a importância da inserção da mulher no futebol, e isso não é mais uma novidade no mundo futebolístico, as coisas estão mudando e Constance deixou isso bem claro ao contar seu sonho de um dia se tornar jogadora profissional, buscando reconhecimento, respeito e se tornar uma referência para o futuro e também para o presente, a garota deixou um recado para meninas que tem um sonho semelhante ao dela. Sua mãe destacou a importância não só da Next na formação da filha como mulher e atleta, mas também a importância dessa mudança, da nova geração que promete evoluir e construir um novo rumo para o futebol feminino brasileiro.

No domingo (01), aconteceu a final do baianão feminino 2023, e nada melhor que um clássico BaVi para coroar o fechamento do campeonato. O Bahia venceu o torneio e dessa vez teve até quebra de recorde, mais de 4000 mil pessoas foram apoiar as guerreiras tricolores, perguntamos para as jogadoras Lorrana e Nathane, qual a sensação de vivenciar esse momento e conquistar o tetracampeonato baiano para as mulheres de aço? “Fiquei bastante feliz com a presença da torcida, veio um número grande, vem crescendo bastante”. Disse Lorrana. “Esse tanto de gente que vem, festa linda, a gente entrou aqui e tava arrepiando, porque infelizmente ainda não estamos acostumadas com isso, queria agradecer a torcida tricolor, por fazer parte dessa festa. Isso que nos motiva, e espero que também venham nos acompanhar no ano que vem, porque vamos trazer coisas boas para o Bahia”. Destacou Nathane.

 

O futebol é uma paixão nacional no Brasil, mas embora a seleção masculina brilhe em palcos ao redor do mundo, a realidade do futebol feminino do país é muito diferente. Um diagnóstico recente do Ministério do Esporte esclarece os desafios enfrentados pelas atletas femininas e destaca a necessidade urgente de profissionalizar o desporto.

Segundo o diagnóstico, apenas 19,2% das jogadoras brasileiras de futebol possuem contratos profissionais, 4,9% possuem contratos temporários e 1,2% possuem contratos de treinamento. Isto significa que a grande maioria dos jogadores ainda compete como amadores sem serem devidamente compensadas.

O aspecto mais preocupante do diagnóstico é que aproximadamente 30,5% das jogadoras profissionais de futebol no Brasil não recebem salário ou ajuda. Isto deixou as atletas numa situação financeira precária, fazendo com que boa parte delas não só tivessem dois empregos, mas também se envolvessem noutras atividades para complementar o seu rendimento.


“O governo federal atribui grande importância ao desenvolvimento integral do futebol feminino brasileiro. Para atingir esse objetivo é necessário ter um verdadeiro entendimento da situação e da dimensão do esporte em nosso país. mostra resultados importantes.” “Este guia tem como objetivo orientar a implementação nos próximos anos de políticas públicas, estratégias e medidas necessárias. “Os gargalos e prioridades regionais mais importantes também foram destacados”, explica a ex-ministra do Esporte, Ana Moser.

Outro aspecto destacado pelo diagnóstico é a necessidade de que o futebol feminino seja disputado em todas as regiões do país sem que as jogadoras precisem se afastar de suas famílias. Isto requer investimento para garantir a igualdade de acesso ao desporto para todas as comunidades.

A capacitação e formação das jogadoras também são levadas em consideração no diagnóstico, incluindo cursos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cursos de pós-graduação na área e cursos de especialização que representam o aprimoramento das competências das profissionais. Porém, o alto custo desses cursos pode ser uma barreira para muitas jogadoras.

Além disso, o diagnóstico destaca a importância do futsal como esporte de desenvolvimento para as jogadoras de futebol e a necessidade de promover o futsal nas escolas e nas competições juvenis.

Embora esses números destaquem desafios significativos, eles também demonstram a necessidade urgente de ações e investimentos governamentais para melhorar as condições das jogadoras e promover a profissionalização do futebol feminino no Brasil. O diagnóstico é um passo importante para entender a realidade do esporte e desenvolver estratégias de crescimento nos próximos anos.

À medida que o esporte continua a ganhar força e apoio, esperamos que o futebol feminino brasileiro possa superar esses desafios e oferecer oportunidades melhores e mais justas para as jogadoras talentosas do país.

Por Carlos Matos, Fernando Ramos, Luis Tosta, Mateus Cardoso, Pedro Duarte, Vinicius Portugal.

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