Kaká Werá promove cultura indígena no último dia da Bienal do Livro Bahia

Ensaísta, roteirista e diretor abriu a tarde do espaço Janelas Encantadas, reservado para o público infantil do evento

Letícia Alvarez e Millena Marques

Kaká Werá no último dia da Bienal do Livro Bahia/Foto: Letícia Alvarez

O ensaísta, roteirista e diretor Kaká Werá abriu a tarde do espaço Janelas Encantadas nesta quarta-feira (1), no último dia da Bienal do Livro Bahia 2024, realizada no Centro de Convenções, em Salvador.  O ambiente é reservado para uma programação voltado ao público infantil e contou com a presença de dezenas de crianças e adolescentes.  

Representando do povo tapuia, maior etnia indígena do estado de Goiás, Werá também é ambientalista e conferencista. Entre suas obras mais famosas estão “As Fabulosas Fábulas de Iauretê”, “A Terra dos Mil Povos” e “Menino-Trovão”. Este último conquistou os prêmios Cátedra Unesco-Puc Rio, melhor livro infanto-juvenil de 2023 e o selo Altamente Recomendável – os dois últimos pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). 

Na última tarde da Bienal do Livro Bahia, maior evento literário do Nordeste, Werá contou para as crianças várias histórias relacionadas aos povos originários do Brasil, entre elas a do curumim que virava cobra e a do indigenista que visitou uma aldeia de guerreiros. 

Através dos contos ele alerta sobre os riscos que o garimpo oferece, aproxima o público infantil da realidade, cultura e crença indígena. Também reforça a importância da prática de contação de histórias. Tem brincadeiras e forma lúdica de falar. As histórias têm como principal lição de moral o respeito com o próximo e o meio ambiente. 

Kaká ainda ensinou danças e cantos tradicionais às crianças. Um deles foi o canto da amizade. Convidou o público para participar e fez uma roda com os pais e filhos presentes na plateia. A assistente social Mayara Ferreira, 33 anos, acompanhou a filha de oito anos, Isadora Ferreira, que esteve na Bienal pela primeira vez. “Participar desse evento, especialmente dessa mesa, com Werá, é valorizar a cultura brasileira, que começa com os povos indígenas”, disse. 

A pequena não escondia a felicidade de vivenciar esse momento rodeado de crianças da mesma idade. A mãe ressalta que essa foi a primeira de muitas edições de Isadora. “É desse tipo de evento que nossas crianças precisam e que o nosso estado precisa fomentar”, afirma Mayara.  

Contar histórias de raízes indígenas para crianças e adolescentes é uma das missões de Werá. “Essa é uma oportunidade de oferecer as nossas crianças toda uma visão de mundo e saberes que vem das raízes mais antigas do Brasil e fazer com que elas cresçam e se desenvolvam com essa mente e coração abertos para a inclusão da diversidade”, disse o ensaísta.  

Segundo Werá, promover a cultura indígena aos pequenos é importante para resgatar as tradições ancestrais do Brasil. “Queremos promover a cultura indígena, principalmente para área da educação, já que é essencial trazer esse contato logo cedo”, pontuou.  

Kaká Werá também é fundador do Instituo Arapoty, conselheiro da Bovespa Social e Ambiental e empreendedor social da Rede Ashoka de Empreendedores Sociais. Além disso, Werá é professor na Universidade Holística Internacional da Paz (Unipaz) e na Fundação Peirópolis.  

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