Salvador, Bahia. 10 de outubro de 2023, 9:15h.
No dia 14 de setembro de 2023, no período da manhã, aluna da instituição denunciou aos responsáveis cabíveis uma situação de assédio e alega ser vítima.
Segundo pesquisa do Instituto Avon em parceria com o Data Popular, quase metade dos universitários brasileiros conhecem casos de alunas que sofreram violência sexual no ambiente acadêmico. Estudante que não quis se identificar, quebrou o silêncio e contou em detalhes o que segundo ela, aconteceu.
“Meus amigos ao redor acharam que (o possível assediador) era alguém próximo de mim, pela forma com que ele estava invadindo o meu espaço pessoal, mas não era. De início, fui atrás das câmeras da instituição para ter uma prova do que aconteceu; falei com a coordenação mas ninguém sabia o que podia ser feito”, relata estudante da Universidade Jorge Amado, que alega ter sido vítima de importunação sexual no refeitório do prédio onde estuda. Fomos até a instituição apurar o caso:
Quando ocorre esse tipo de violência de gênero, muitas das vezes as vítimas não sabem quais medidas tomar.
A equipe de reportagem foi a campo e fez uma enquete em outubro, na mesma Universidade do suposto ocorrido, e mostrou que 60% dos entrevistados já passaram ou presenciaram casos de assédio no ambiente acadêmico, e mais de 70% nem sabe como proceder em situações como essa.
José Raimundo Costa, advogado aposentado especializado em Direito Penal, aconselha: “O certo é comunicar diretamente a diretora, o professor, o supervisor e que haja providência no sentindo de não tolerar, sobretudo se for preciso ir até a questão judicial. Pela comunicação se faz tudo, até se gerar um processo que vai averiguar se houve realmente a verdade ou não.”
Pensando no lado psicológico da situação, analisando o impacto e trauma que situações de assédio deixam nas vitimas, convidamos a psicóloga Adriana Lima para informar qual é o procedimento a ser tomado com a vítima: “A primeira medida é o acolhimento do sofrimento, depois realizar o trabalho clínico de construção da autoestima, autoimagem e autovalor. Trabalho no paciente também a autodefesa, respostas mais assertivas a situações de que geram sofrimentos”.
“ Todos os tipos de violência, independente da qual seja, devem ser tratadas com a instituição, inicialmente, levando o caso para a coordenadoria, ouvidoria e colegiado, para que sejam tomadas as medidas necessárias e que condizem com a violência feita. Para além da universidade, o caso deve ser tratado pela polícia, através de uma notícia crime feita pela vítima.” Disse Aline Gama, advogada especializada em direito público.
Para auxiliar aqueles que já passaram por situações de importunação, existe uma cartilha com orientações gerais para o enfrentamento a situações de discriminação, assédio e violência contra as mulheres, que pode ser acessado aqui: http://uspmulheres.usp.br/cartilha-violencia-de-genero-na-universidade/
Por Gabrielly Marqueton, Giovanna Andrade, João Vitor Pamponet, Maria Nathalia e Maria Victória.
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