Em Salvador e RMP, os índices de inadimplência em setembro de 2021 alcançaram os 32,6%, maior nível em dez anos.
A pandemia do Coronavírus, além de uma crise sanitária, teve um impacto significativo na economia do país. A queda de faturamento de alguns setores comerciais, como o cultural, por exemplo, propiciou uma fechada de investidores e empresários do mercado, gerando desemprego em massa e dificuldades para algumas classes de trabalhadores.
A instabilidade vivenciada pela economia brasileira, aumentou durante a pandemia e teve seus impactos agravados pela falta de subsídios para alimentação, saúde, educação e moradia de qualidade.
Na Bahia, assim como em outros estados brasileiros, o déficit econômico instaurado em meados de 2020, em decorrência do lockdown, promoveu uma drástica onda de desemprego, que se estende até hoje. Mas, com a agilidade no ritmo da vacinação e o retorno processual das mais variadas atividades econômicas, esse índice vem diminuindo, em comparação a alguns meses atrás, quando o cenário ainda era de incerteza.
Em pesquisa realizada por o IBGE no primeiro trimestre de 2021, a taxa de desocupação na Bahia era de 21,3%. Já no terceiro trimestre, reduziu para 18,7%, ficando atrás apenas de Pernambuco, com 19,3%. Pesquisa feita entre jovens a partir de 14 anos, que estavam desempregados e não estavam à procura de emprego, no momento.
O número ultrapassou o recorde em 2020 e se consagrou o maior, desde 2012.
Um dado relevante, apontado em pesquisa do PNAD Contínua (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) mostra que, fatores como gênero, raça e classe são determinantes para uma análise mais sucinta sobre o percentual de desemprego no país.
Ainda de acordo com essa pesquisa, pessoas que terminaram a graduação, tem duas vezes mais oportunidade de se colocar no mercado.
Situação do desemprego em Salvador
No primeiro trimestre de 2020, Salvador era a segunda capital do país com maior número de desempregados (17,5%), ficando atrás apenas de Manaus (AM). Nesse período, a Bahia ocupava a pior taxa de empregabilidade do país.
A crise econômica atual, responsável pelo fator desemprego nos mais variados setores da economia da cidade foi responsáveis por a tomada de medidas extremas por parte dos empreendedores, comerciantes e gerentes. Com dívidas superiores ao lucros obtidos com as vendas e serviços prestados, esses empregadores precisaram reduzir o seu quadro de funcionários.
Do outro lado, com as dificuldades resultantes da perda do emprego, aumento nos valores de produtos básicos e inflação, temos uma classe operária que teme por a falta de subsídios para o sustento familiar.
Empreender como forma de sustento
Muitas pessoas se viram desamparadas, durante a pandemia. Por falta de oportunidades, algumas delas optaram por abrir mão da procura por empregos formais e decidiram abrir seu próprio empreendimento ou impulsionar algum negócio que já tinha, antes da pandemia, como forma de sustento.
É o caso do Luís Fernando, que tinha seu estabelecimento de informática e vendas de produtos desde 2017, e que estava atuando como motorista de aplicativo, mas que, durante a pandemia, precisou abdicar do transporte e focar em seu empreendimento.
Ele relata ter encontrado, no seu empreendimento, uma forma de se estruturar financeiramente. Após perder seu cargo, na área de tecnologia da construtora Odebrecht, ele se reinseriu no mercado de trabalho e, até hoje, tira seu sustento a partir das vendas e serviços prestados em sua loja de produtos para informática.
Outras problemáticas: inadimplência
O FECOMERCIO (Federação do Comércio do Estado da Bahia) divulgou em fevereiro de 2022, uma pesquisa que evidencia que a inadimplência em Salvador atingiu o maior nível dos últimos dez anos, em setembro do ano passado, com 32,6%.
Na mesma pesquisa, mostra que, em janeiro de 2022, a inflação na região metropolitana de Salvador ficou em 0,86%. Inflação em 2021 foi para 10,78%, a maior em dezenove anos.
Mas segundo a entidade, algumas melhorias ocorrerão na economia local e, consequentemente, na empregabilidade para os próximos meses de 2022.
