Por: Leonardo Oliveira e Paloma Matos
O gênero de jogos RPG (Role Playing Game) é um dos mais populares do mundo. Surgido nos tabuleiros, se tornou um sucesso tão grande que chegou aos videogames e hoje possui milhões de fãs. O RPG de mesa é uma modalidade destes jogos que tem se popularizado cada vez mais, em praças, eventos Geek’s, universidades e escolas, é comum que jovens usem seus tempos livres para essa prática.
“Fui influenciado a jogar pelos meus amigos de colégio, que sempre jogavam no intervalo e me incentivaram a adentrar neste mundo”, conta Peter Lion, 21 anos, estudante de Jornalismo na Unijorge.
História do RPG
O Role Playing Game, ou RPG, surgiu oficialmente em 1974 com o lançamento do jogo Dungeons & Dragons, criado por Gary Gygax e Dave Arneson. Originalmente um complemento para um jogo de peças de miniaturas, o D&D se transformou em um jogo inovador e complexo que inspirou a criação de novos gêneros de RPG, como Super-Heróis, Ficção Científica e Terror.
O mercado de RPG enfrentou problemas financeiros na década de 1990, mas com o surgimento do Crowdsourcing, a popularização de web séries e novas ferramentas virtuais, houve um significativo aumento no interesse pelos jogos de mesa, especialmente com o lançamento da Quinta Edição de Dungeons & Dragons.
Jogos de RPG no videogame
Os jogos de RPG têm uma longa história nos videogames, que remonta ao início dos anos 80. O primeiro jogo de RPG a ganhar destaque foi “Dungeons & Dragons” em 1981, que foi lançado para o computador pessoal Atari 800. Depois disso, muitos outros títulos de RPG foram lançados, como “Final Fantasy” em 1987 para o Nintendo Entertainment System (NES), que se tornou um grande sucesso. Desde então, o gênero de RPG cresceu e se diversificou, com títulos como “The Elder Scrolls”, “Mass Effect” e “The Witcher” se tornando alguns dos mais populares e influentes jogos da história dos videogames.
Hoje, RPG’s são um dos gêneros mais amados e bem-sucedidos do mundo dos jogos eletrônicos.
Como funciona o RPG de mesa?
Um grupo de RPG pode ter de duas até dez pessoas jogando. Um dos participantes é o mestre, narrador ou GM (Game Master), que vai propor um enredo, com contexto, cenário e histórias, onde será inserido um personagem, interpretado por outro jogador. O personagem deve interagir com as propostas feitas pelo mestre e seguir a aventura do jogo. Em alguns jogos, apesar de ser incomum, um mesmo jogador poderá controlar mais de um personagem.
Cada sessão de RPG pode ser chamada de uma aventura. Uma sequência de aventuras, mantendo o mesmo personagem, e havendo uma continuidade dos eventos, representa uma “campanha”. Esse tipo de jogo não é marcado por disputas, e sim pela colaboração entre os participantes, pois une os participantes que se aventuram em grupo, diferente de outros jogos como de tabuleiro, cartas colecionáveis e esportes.
Com o advento da tecnologia, jogar mesas de RPG online se tornou cada vez mais fácil e acessível, plataformas como Roll20 e Fantasy Grounds possibilitam que jogadores de diferentes lugares do mundo se conectem e joguem juntos.
RPG nas universidades
Os jogos de RPG de mesa tem se popularizado cada vez mais entre os jovens, principalmente, nas universidades. Na Universidade Jorge Amado, em Salvador, é comum ver em praticamente todos os eventos ao menos uma mesa de alunos concentrados nesse tipo de jogo. Além de fazer novos amigos, é uma oportunidade para os estudantes se distraírem na faculdade.
“Meu primo já tinha começado a jogar RPG fazia um tempo e acabei me interessando mais e mais até que tive minha primeira mesa na primeira sessão de RPG da Carranca – núcleo da Unijorge -, meu primo coincidentemente participou da mesa e foi uma experiência inesquecível e um sonho realizado”, conta Alvi Dias, estudante da universidade.
Os jogos de RPG podem ser usados como uma ferramenta para desenvolver habilidades cognitivas, como raciocínio lógico, solução de problemas, tomada de decisões e criatividade. Além disso, os jogos de RPG podem ajudar a estimular a imaginação, a construção de narrativas e a empatia, e podem ser uma forma lúdica e divertida de aprender sobre diferentes temas e assuntos, como em aulas de história e de matemática. O Ministério da Educação já sugeriu o uso desses jogos com finalidade de aprendizagem.
No entanto, há uma discussão sobre como eles devem ser inseridos. Os jogos, por si só, não desempenham esse papel. É necessário uma série de medidas pedagógicas, onde essas práticas serão inseridas, seguindo um planejamento para chegar a objetivos educacionais.
“Um grande auxílio que o RPG trouxe para o meu cotidiano, foi sempre pensar antes de agir. O RPG me ajudou a obter mais atenção e foco nas minhas tarefas diárias, algo que eu não tinha antes de conhecer esse mundo”, relatou o jogador Peter Lion.
O Futuro
Os jogos RPG continuam evoluindo, resistindo ao teste do tempo e se adaptando a cada nova geração, a cada novo sistema e novas tecnologias, com uma fonte inesgotável de aventura, criatividade e diversão para todos que se permitem as imersões em seus mundos imaginários comandados por D20’s. Porém, independentemente de como os jogos evoluam, a experiência clássica de jogar em uma mesa com os amigos, usando lápis, papel e dados nunca ficará desatualizada.
A sua capacidade de entretenimento deve atrair jogadores por muitos anos ainda, e, se você ainda não experimentou, agora é a hora de se juntar a essa comunidade vibrante e descobrir muito mais o que o RPG de mesa tem a te oferecer.