EM CASA, ginastas baianas disputam o Torneio Regional de Ginástica Rítmica e são classificadas para o Torneio Nacional

Ocorreu em setembro, a seletiva de Ginástica Rítmica do Nordeste com a participação de 420 atletas de 8 estados nas categorias individual, trio e conjunto, valendo vaga para o Campeonato Nacional

Por Jorge Bahia, Paloma Matos e Roberta Piancó.

“Oxe, muito feliz, muito feliz!”  Relata a ginasta Brenda Pereira, 15 anos, ao ganhar medalha de prata no Torneio Regional de Ginástica Rítmica 2023.

Com a sensação de dever cumprido e muito orgulho, a ginasta Brenda do Clube CETGYM demonstra emoção após conquistar o pódio junto ao Trio Adulto de Arco no Torneio Regional de Ginástica Rítmica 2023, que ocorreu entre os dias 6 e 10 de setembro, na Arena de Esportes, em Lauro de Freitas. As atletas Paloma Fernandes, 15 anos, Brenda Pereira, 15 anos e Mirela Santana, 20 anos, alcançaram a classificação para o Torneio Nacional que acontecerá em São Bernardo do Campo, São Paulo, de 18 a 22 de outubro. A competição, de entrada franca, foi promovida pela Federação Bahiana de Ginástica (FBG) com o apoio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), do Governo Estadual por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Superintendência dos Desportos do estado da Bahia (Sudesb).

O Trio Vice-campeão Adulto de Arco das jovens talentosas considerou o evento muito importante para suas carreiras como ginastas, pois tiveram a oportunidade de competir, em casa, com grandes representantes de 48 clubes de oito estados do Nordeste, sendo eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe com a participação de 420 atletas em todas as categorias.

Foto: Clube CETGYM

O resultado é proveniente de um trabalho feito em equipe, que requer, além da dedicação individual das atletas passando por rotinas intensas de treinamento, o esforço conjunto, com grande apoio da comissão técnica e treinadoras, como relata a técnica Louise Correia,

“foram muitas horas de treinamento, a convocação do time e organização de escolha das músicas e composição coreográfica iniciou no fim de 2022 e início desse ano. Após tudo pronto trouxemos um reforço para toques de melhorias artísticas e estratégia com uma coreógrafa e ex-atleta da seleção brasileira, e logo após, treinamos normalmente 20h semanais, no recesso escolar de junho tivemos treino dobrado (manhã e tarde) e no pré-competitivo aumentamos alguns sábados extras. ”

A série de Arco na competição de Ginástica Rítmica requer das atletas frequentes trocas de mãos e a principal exigência é a boa coordenação de movimentos. O arco é um aparelho feito de plástico em formato circular com diâmetro entre 80 e 90 cm e peso mínimo de 300g. Os movimentos são feitos por rotações ao redor do corpo, passagens pelo solo com o aparelho e passagens sobre e por dentro do arco, saltos e pivots são os principais elementos corporais. Seu manejo ainda inclui lançamentos e recuperações, balanços, movimentos em oito e rotações do aparelho no chão.    

Vídeo : Apresentação do Trio Vice- Campeão Adulto de Arco por Ricardo Magalhães

Além do Trio, também teve pódio e classificação do Conjunto Infantil maças, pódio Pré infantil 1 e Pré infantil 2. O time CETGYM composto por 23 atletas participou do campeonato nas modalidades individual, trio e conjunto, sob a orientação de Louise Correia, Gabriela Mendes e Bruna Santos. As séries foram, apresentadas com movimentos corporais harmoniosos tendo influência do balé, da dança e do teatro que exigem força e precisão, executados ao som de músicas.

Para que o espetáculo ocorresse como uma linda expressão de arte, a organização do evento foi fundamental, correspondendo às expectativas da treinadora Louise Correia:

“Sim, o campeonato foi muito bem organizado e com uma estrutura física de nível nacional, espaço de aquecimento grande com duas áreas de tapete oficial, a área de competição totalmente organizada, duas bancas de arbitragem trabalhando simultâneas para que a competição andasse bem e rápido, notas ao vivo com sistema de notas, ginásio extra pra treinamento, tudo a nível de um brasileiro!”

Vídeo: Paloma Matos

Conquistas alcançadas na Bahia

O evento foi analisado pela treinadora Louise Correia como um avanço no investimento do estado no esporte e uma via de proporcionar crescimento a todos os envolvidos no processo

“Na minha visão, trazer uma competição dessa, mostra para nosso público a importância e grandeza do esporte na vida de tanta gente envolvida, e principalmente das ginastas, traz um parâmetro de nivelamento de todos os estados, através do qual podemos compreender onde estamos dentro da nossa região e onde queremos chegar, onde podemos melhorar e crescer aumentando nosso nível nacionalmente.”

Na ocasião as famílias também foram contempladas ao vivenciar a competição e puderam compreender que a colaboração é essencial nos resultados satisfatórios de toda a equipe.  Ela ainda acrescenta que

“estou aqui há 10 anos, não acompanhei toda a história mas sei que já tiveram nomes importantes por aqui, com resultados nacionais e internacionais, já tivemos ginasta olímpica (Marcela Menezes), atualmente tem ginastas nas seleções brasileiras de Rítmica e Aeróbica, das quais duas da Aeróbica são nossas, e sei que a Bahia é um lugar muito rico de talentos e de pessoas batalhadoras (digo atletas, treinadores e árbitros) e que com toda a estrutura que vem sendo reorganizada pela atual gestão da federação, e com toda a vontade de crescer que nós temos e acredito que os outros clubes também, vamos galgar cada dia mais conquistas e evolução.”

Para o clube CETGYM fica o sentimento de honra e gratidão pela sua participação, considerando que atingiu seu objetivo sendo o clube baiano que mais medalhou e que pelo 3° ano seguido classificou o maior número de ginastas” Nosso troféu por equipes. Esse era o nosso maior objetivo, pois era a força de um time inteiro lutando por uma mesma conquista”, diz Louise, ela considera que essa conquista foi de todos os envolvidos.

Foto: Clube CETGYM

A importância da mídia e investimento na Ginástica Rítmica

A falta de divulgação através dos meios de comunicação e transmissão ao vivo das apresentações durante o evento foi observada e comentada pelo público, não houve nenhuma cobertura por parte da mídia de grande porte.

Para realizar a cobertura, de forma exclusiva, o canal de esporte, e produtora, Origem, estava presente no local todos os dias do evento realizando um trabalho de divulgação do Torneio, tornando o momento ainda mais relevante aos olhos do público.

Foto: Paloma Matos

“Eu acredito que quando somos vistos, somos lembrados”, afirma a treinadora Louise

A treinadora destaca a importância da visibilidade na promoção do esporte, com passos cautelosos, a mídia começa a perceber o potencial da ginástica na Bahia, compreendendo a necessidade de ampliar sua presença na comunicação. “Acredito, sim, que havendo mais divulgação podemos aumentar nossa força, fazendo com que mais pessoas conheçam nosso trabalho e assim grandes parceiros venham a surgir para apoiar nossas demandas”, acrescenta.

Em 26 de setembro, a população baiana celebrou uma grande conquista no mundo da ginástica com o lançamento do Projeto Centro de Excelência Jovem Promessa na Ginástica Artística pela Federação Bahiana de Ginástica (FBG). Este projeto visa oferecer treinamento gratuito para 200 crianças na modalidade, criando expectativas para futuros investimentos no estado e ampliando as oportunidades para atletas em ascensão, a treinadora Louise expressa o desejo de que, no futuro, surja um centro comum exclusivo para a ginástica, beneficiando todos os clubes do estado e enfatiza a importância do crescimento coletivo.

A trajetória da ginástica rítmica é um exemplo notável de como o investimento pode moldar o sucesso e a visibilidade de um esporte ao longo do tempo. Retomando ao século XX, a modalidade começou a ganhar forma na União Soviética, com a introdução da musicalidade e a criação de novas regras competitivas. No entanto, o seu desenvolvimento no Brasil só começou a ganhar força na década de 1950, em grande parte devido à influência da professora húngara Ilona Peuker.

Enquanto a ginástica rítmica conquistava seu espaço nas instalações esportivas, também estava se abrindo caminho para os holofotes da mídia. Nos últimos anos, a seleção brasileira de ginástica rítmica demonstrou um desempenho excepcional em competições no continente americano, como os Jogos Pan-Americanos, acumulando várias medalhas de ouro. O ápice desse reconhecimento ocorreu na Copa do Mundo de ginástica rítmica, realizada em Atenas, no ano de 2023. Foi nessa competição que a seleção brasileira conquistou uma medalha de bronze na competição por equipes, tendo um marco significativo para o esporte no país. Essa conquista não apenas demonstrou o talento e a dedicação das atletas, mas também ressaltou a importância da mídia em divulgar e popularizar a ginástica rítmica no Brasil, contribuindo para o seu crescimento contínuo.

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